sábado, 22 de dezembro de 2007

Homens bacanas usam cor-de-rosa

- Eu acho que ele é meio gay.
- Mas não tem essa de meio gay, ou é gay inteiro ou não é.
- Mas “véi”, ele é o maior, o mais forte e o mais bonito da sala.
- Por isso mesmo! Já pensou se for homem? Vai pegar todas!
- Ainda bem que ele só pensa em games, natação, carros e Lost.- Lost?
- Pô, mas o cara então é legal. Lost é show. E games também.
- E carros? Aqueles tunados? Eu adoro isso... Tem um amigo do pai dele que tem.
- Só natação é que é meio “paia”.
- É só a natação. Mas ele é o campeão goiano.
- Ouvi dizer que do Centro-Oeste também.
- E a camisa dele de hoje?
- O que tem a camisa?
- Cê num viu?
- Não reparei.
- Era rosa.
- Eu tenho certeza de que ele é viado.
- Mas nunca, namorou com a minha prima na época do Pré-Médico.
- Ele mexe com dinheiro. A mulher dele é linda, e as filhas?
- E daí? Vai ver é pra disfarçar. Com essa grana, esse cabelo grisalho, fatura todas!
- Ainda bem que só pensa em jogos de futebol, cozinha, família e Jô Onze e Meia.
- Jô? Programa super bom. Eu também gosto.
- Cozinha? Coisa de florzinha. Se bem que no poema do Vinícius tem uma parte que fala sobre o cara fazer comida pra amada... O sujeito parece ser inteirado...
- A família dele é muito unida e tradicional. Coisa fina. E o futebol? Dizem que ele já jogou no Goiás quando menino...
- Devia ser perna de pau.
- Mentira, era craque, ponta-direita, já viu as batatas da perna dele?
- Mas o cara fuma...
- E a blusa dele?
- Sim, reparei.
- É rosa.
- Confirma minha teoria.
- Bichona.


- Olha, mas esse cara que chegou aí é flex.
- Como?
- Joga dos dois lados. Está casado com essa loira, mas é mariquinha.
- Mas é o melhor professor de Engenharia que eu conheço. Inteligentíssimo. A mulherada é louca nele.
- Se bem quem ele só fala em projetos, no Goiás, na filha e no Caceta e Planeta.
- Porra, mas logo o Caceta? Mas eu amo eles.
- Projeto é pra ficar no meio da machaiada. E o Verdão? Verdão ÊÊÔÔ! Aí ficou difícil meter o pau.
- Mas é disso que ele gosta.
- A filha é belíssima, dizem que tão esperta quanto ele. Lê um livro por semana.
- Falam que o cara é campeão de futebol de botão. E ainda escreve bem.
- Tudo disfarce.
- Viu o modelo da camisa?
- Tranqüilo, é rosa bebê.
- Que merdona, né?
- Fornece mesmo.
- Certeza.


- Essa você não vai acreditar. Homossexual.
- Mas logo esse? Eu sou fã dele!
- Cara, e os olhos verdes, já reparou? E o sujeito é sarado.
- Ainda bem, né? Desse jeito não sobrava pra nós.
- Pelo menos ele só fala em poesia, pólo-aquático, motos e Arquivo X.
- Arquivo X? Até meu pai gosta, fez eu comprar os DVDs de todas as temporadas...
- Poesia é coisa de fruta. Já escutou ele declamando na Rádio Companhia?
- Ih, era ele? Quase chorei na última. Mas é isso mesmo, roupa de couro apertada, Harley, aqueles caras cabeludos. Tudo dando o escapamento um pro outro.
- E o pólo?
- Dizem que o bofe joga a mais de vinte anos pelo país inteiro. E bem. Até hoje.
- Tudo cortina. A mulher, o esporte, essa coisa toda é bichatanice da grossa.
- Dá uma olhada na camisa dele.
- Pink.
- Coisa lôca!
- Coalhira, como se diz no Maranhão, terra da mãe dele. Que Deus a tenha!
- Não merecia...


- Oi, pai, parabéns! Feliz aniversário. Gostou da minha camisa?
- Está lindo, filho, muito elegante. Viu seu padrinho?
- Padrinho, você está de rosa também! Vocês combinaram?
- E olha só meu melhor amigo, o irmão.
- Rosa. Todo mundo de rosa. Que legal!
- Poxa, pai, no seu aniversário que coincidência, nós quatro!
- Que nada, filho. O mundo é assim, de um jeito para quem vê, de outro para quem faz e outro para quem é.
- Não entendi nada.
- Não precisa. Homens bacanas vestem rosa.
- Agora saquei.

(Crônica cedida por Afonso Meneses)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Como Foi A Prova?

Uma tremenda sacanagem com os milhões de estudantes que se preparam meses a fio pra fazer a prova do concurso pra policial rodoviário federal e ao chegar na véspera deparam-se com um esquema de venda de gabaritos. Ainda bem que descobriram. Mas agora fica a dúvida: e se não conseguirem descobrir na próxima?
A segurança dos candidatos foi profundamente abalada com esse caso. Mas o pior de tudo é ter que escutar as gracinhas dos colegas.
- Como foi a prova? - Caçoa um.
- Gostou de Belém? - Caçoa outro.
Graças a Deus não chegamos nem a sair de Teresina, mas pelo adiantado da hora em que descobriram, estudantes de outras capitais mais distantes já estavam bem longe de casa quando a notícia os pegou de surpresa. Sei de alguns ônibus de Recife que já estavam por aqui. Esses sim, devem ficar muito putos quando escutam tais piadinhas sem graça.
-A volta dos que não foram... (admitam, essa foi boa!)
Como se já não bastasse o stress de ter passado tanto tempo preocupado com as questões da prova, teremos que nos preocupar agora com a segurança do gabarito. Em que país vivemos, meu Deus?
Tenho um amigo que (olhem o absurdo da situação) viajou de avião até Brasília pra fazer esta prova. Tive que ligar pra ele e prestar o meu apoio:
- Alô, Ronney?
- Diga lá, campeão!
- Meu amigo, me diga aqui uma coisa... tá em Brasília ainda?
- Tô, cara. Pense num prejuízo...
- Pois é... acontece. Brasil, né? Mas eu te liguei mesmo só pra perguntar uma coisa...
- Manda.
- COMO É QUE FOI A PROVA?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O amanhã se faz hoje.

O amanhã pertence a Deus.

Amanhã, na língua erudita quer dizer o dia seguinte àquele em que estamos.

O dia seguinte não nos pertence, não temos sobre ele nenhum controle, mas cabe a nós, e somente a nós, prepará-lo.

O amanhã não virá cheio de flores, se hoje não plantarmos a semente.

Essas pequenas verdades nos vem em detalhes nas palavras de um anjo de luz, enviado por Deus para nos passar Sua mensagem, chamado Chico Xavier, ao dizer:

“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nela segue por nossa conta.”

Assim meus amigos, façamos o hoje. Prepare-se para fazer o bem agora, seja a diferença, e deixe que o seu amanhã traga as bênçãos a ti.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

RETÓRICA

O que fazer quando a vontade de escrever é imensa, mas o tema não vem? Recorro à uma velha mania: escrever sobre a falta do que escrever. Costuma ser uma boa saída.

Depois de estrear esse blog, tudo o que vejo parece virar um belo tema para uma crônica. Mas de tantos assuntos, acabo ficando sem nenhum. E este sim, sempre foi um belo tema. Charmoso. “Escrever sobre a falta do que escrever”.

Preencher os espaços de uma folha em branco é quase tão bom quanto ler os espaços preenchidos, principalmente tempos depois. É um exercício, ir escrevendo e vasculhando a mente em busca de algo útil. Até agora, na minha, só retórica...