segunda-feira, 12 de novembro de 2007

No ônibus - Parte I

Às vezes fico pensando em coisas sem sentido. Mas depois de pensar um pouco mais elas deixam de ser tão sem sentido assim. Geralmente esses pensamentos me vêm em horas ociosas, quando nada mais posso fazer, a não ser pensar.
Este que tive agora me veio durante o trajeto casa-trabalho, dentro de um ônibus coletivo urbano. Um coletivo qualquer, como os milhares que devem existir por aí. Ouvindo uma música do U2 pelo aparelho de MP3 Player, comecei a reparar no semblante dos demais passageiros que seguiam atônitos, e associei o coletivo à uma vida.
Um entra e sai constante de pessoas que se acomodam, riem, conversam, cochilam, escutam músicas, etc., cada um com sua história, seus problemas, suas alegrias e decepções. Mas todos passageiros. Cada um passa o tempo necessário e sai de cena.
É assim conosco em nossas vidas. A vida é um coletivo. Pagamos o preço e saímos. Mas ao contrário do ônibus, na vida esse preço não é único, e muito menos tabelado. Ao seguir por essa linha de raciocínio acabo (com o perdão do triste trocadilho) desembarcando em uma dúvida que há tempos já atormentava Humberto Gessinger: Quanto vale a vida?
Não faço a menor idéia. Cheguei ao ponto máximo da minha viagem: o meu. Tenho que descer. O que me consola é que essa viagem termina por aqui, mas outras virão (assim como a vida), e pelo menos no ônibus eu sei o preço a se pagar. Procuro no bolso as moedas, e ao contá-las, constato feliz que ao menos o da próxima viagem eu já tenho!

7 comentários:

Unknown disse...

bacana..muito legal a crônica...vendo agora pela sua visão,pude perceber tb que realmente nossa vida se compara com uma simples viagem num coletivo urbano.Vc além de uma ótima pessoa,parece também ter futuro como escritor..vai em frente,sucesso guri!bjus

Anônimo disse...

Olha aí rapaz, gostei de ver, uma ótima crônica do cotidiano que nos remete a uma análise introspecta da nossa vida, e mais profundamente da nossa existência. Muito bom. Continue assim, agora sei o por quê de eu ter lhe convidado a escrever comigo. Parabéns.

Anônimo disse...

Mas na vida assim como no ônibus, tudo é passageiro... exceto o cobrador e o motorista. Valeu, gostei. Abraço.

Anônimo disse...

Bom...tá bacana. Mas quero saber o que faço pra colocar alguma crônica legal tb. Os usuários podem participar?
Abraço

Afonso

Anônimo disse...

Tá parecendo as cronicas do Rogerio newton (Cronista piauiense)

Anônimo disse...

e aew carlos wenderson!!!!!!!!!!
CW, Nosrednew solrac, loshermaníaco doido.

Forte e com pouco açúcar disse...

Amor, reconheceria o seu jeito de escrever em meio a milhares de textos.
O texto tá lindo!
Bem do seu jeito.
Tem passado muito tempo no trânsito?
=)

Te amo!

Beijos